FITU, Fitas e etc...
Foi belo ver tanto vermelhinho junto no centro do Porto, pese o abundante cheiro a naftalina. De repente, parecia apenas mais uma vez, entre tantas, como se a última tivesse sido ontem. As caras de sempre (com muitas novas è mistura), as bocas do costume, a anarquia sem cura.
Por incrível, até se levou o festival a sério, com ensaio e tudo (sim, porque a malta jove não estava para hipotecar o festival só porque os veteranos se queriam divertir). Ensaio é uma força de expressão, porque, se houve coisas que não mudaram mesmo, a impossibilidade prática de se fazer um ensaio a sério é uma delas concerteza. As mesmas interrupções, pelos mesmos autores, com os mesmos a mandar calar, pelo processo habitual (numa frase curta que começa por “calai-vos” e cujo final não deve aqui ser reproduzido), sob ameaça de o Caldas usar o seu estridente assobio para rebentar os tímpanos não só aos culpados mas, e principalmente, aos ... menos culpados!
Foi lindo ver o palco todo pintado de negro e vermelho e as vozes (incrivelmente) afinadas (o reportório ainda conserva algumas memórias, também). A grande diferença é que este pessoal agora até toca (e canta) bem!! Foi a grande surpresa, pois não estava à espera.
As actuações das outras tunas serviram para, com muita cerveja à mistura, não só reviver memórias mas também para saber novidades. A mais surpreendente terá sido encontrar um colega (dos que nunca tinha conhecido) que é polícia (!!!) na zona onde trabalho! Ah, além de uns quantos (inacreditavelmente) terem casado e terem também uma vida, digamos, menos boémia (quem diria)!
Voltar a estar no Coliseu, com mais cerca de 3 centenas de tunos, naquele evento, fez parecer que nunca saímos dali, porque a sensação era a mesma de todas as outras vezes e não a de visita turística. Sensações que o tempo não apaga e velhos vícios que não cura!! Daqui a 10 anos talvez haja mais...