segunda-feira, agosto 28, 2006

As Gatas...

O gato é um animal deveras desconcertante. Toda a vida convivi com gatos, mas nunca de forma tão próxima e “intimista” como desde que uma gatinha se atravessou no meu caminho… Sim porque uma das cenas que caracteriza os gatos é atravessarem-se no nosso caminho.

Uma relação que começou toda ternurenta, nomeadamente devido à fragilidade aparente da criatura, depressa se tornou numa roda viva, quando o bicho (no caso, a bicha, salvo seja) revelou o seu verdadeiro carácter felino, não fora ela uma tigra, na real acepção da palavra.

É desconcertante porque não percebe nada do que eu lhe digo, a não ser o “não” (que serve apenas para as coisas proibidas), e eu também não percebo o que me quer dizer (e às vezes até quer). E entre outras coisas, que nem vale a pena referir, mima-me com mordidelas e arranhões, cuja consequência mais marcante é ter toda a gente a perguntar “mas encontraste algum gato?”, a que consistentemente respondo “não, mas tenho um gata!”, resposta que deixa todos os espíritos sossegados, mas sem afastar a preocupação.

Aqui está a parte mais desconcertante da situação: por muito que me esforce em tentar fazer ver à criatura que o único objectivo é agradar, ser simpático e útil, e fazer umas brincadeiras engraçadas com ela, de nada adianta, porque ataca e volta a atacar a cada oportunidade. E mesmo quando o objectivo era apenas administra-lhe algo para que ficasse boa depressa, recebia mais do mesmo. E tentar fazê-la compreender as consequências de tal felinidade, nomeadamente as marcas que me deixa, ou mesmo mostrar o sangue que corre dum arranhão, também não adianta, pois parece estar-lhe no dela o ter que me atacar…

Depois, volta e meia, lá revela a sua faceta mais ternurenta e brinda-me com um carinho qualquer, só para me desarmar. E quando chego lá está à minha espera. E mesmo que lhe bata, volta sempre, parecendo que se trata apenas de mais uma festinha. Da mesma forma que para ela mais um arranhão também será apenas mais uma carícia…

É um pouco como se diz: batem-nos mas não passam sem nós… Os meus amigos bem me dizem “tens que te livrar dessa gata!”, por cada nova lembrança com que sou agraciado… Mas parece-me que o destino dela foi amarrado ao meu. Só ainda não descobri para mal maior de qual de nós…

Quanto aos arranhões… o tempo vai curando!!!

2 Comments:

At agosto 28, 2006 4:56 da tarde, Blogger aurinha said...

Devo dizer-te que agora esmeraste-te. Sim Senhoriii =) ahhhhh poix é.
Nem todas as gatinhas/os são assim ferozes.. mas sinto-me algo culpada por tanto arranhão...até a gatinha saiu-te arisca...coitadinhuuuuuuuuuuu =)

 
At setembro 05, 2006 4:46 da tarde, Blogger Áurea said...

Os felinos(as) são tão belos, porém ariscos, predadores, graciosos, furtivos, bricalhões, imprevisíveis (quando se desconhece a sua personalidade), mas tb são afáveis, carinhosos e amigáveis... quando os respeitamos!
Adoro acariciá-los... :)))

 

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